Painel da Fundepes é marco no debate sobre alternativas para pesquisa e inovação

Professor Fernando Peregrino

O Brasil ocupa atualmente o 70º lugar no ranking de inovação global. No quesito competitividade, o país, segundo dados compilados pelo Fórum Econômico Global, divulgado em setembro deste ano, caiu da 57ª posição para a 75ª em 2015. Em meio a este cenário, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações teve seu orçamento reduzido de R$ 9,4bilhões em 2013, para R$ 3,5 bilhões, afetando os investimentos em diversas áreas da produção científica. Esta situação deve ser agravada com a Proposta de Emenda à Constituição 241, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, e que foi aprovada em segunda votação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (26).

Para debater estas questões e como garantir que o país deixe a zona periférica no que diz respeito à inovação, a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão Pesquisa (Fundepes) promoveu na última terça-feira (25) um painel que reuniu empresários, gestores, pesquisadores e alunos ligados às diversas instituições de ensino superior do Estado.

O evento contou com o a presença do vice-presidente do Conselho nacional das Fundações de Apoio às Universidades (Confies), órgão que congrega 104 fundações de apoio em todo país e que movimentam cerca de R$ 6,2 bilhões distribuídos em 15 mil projetos, empregando cerca de 59 mil pessoas. Para o Confies, o principal entrave à pesquisa nas universidades- e ao consequente avanço no ranking da inovação- é a lentidão imposta pelo excesso de burocracia.

Para tentar minimizar os obstáculos, as fundações de apoio, a exemplo da Fundepes, têm debatido alternativas e proposto soluções que visam aproximar a universidade (pesquisa) do setor produtivo através das fundações, entes juridicamente autorizados para mediar esta relação.

O evento ainda contou com a participação dos professores-pesquisadores que atualmente possuem projetos de extensão e pesquisa cuja gestão administrativa-financeira é de responsabilidade da Fundepes, como os professores Geraldo Veríssimo, Luiz Antonio, Josealdo Tonholo e Eduardo Setton. Os especialistas foram unânimes ao reconhecer a importância da Fundepes na realização de pesquisas no Estado.

Os convidados e palestrantes ainda discutiram sobre o novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação, sancionado em janeiro desse ano, que regula a integração entre agentes públicos e privados que compõem o sistema de ciência, tecnologia e inovação. Apesar dos avanços inegáveis, como consolidação e segurança jurídica para nove leis, além de organizar o mecanismo que acelera o processo de inovação, o marco é considerado uma conquista, mas não é suficiente. As fundações defendem uma regulamentação simplificadora e por isso a mobilização tem sido permanente, principalmente no âmbito político.

O painel foi considerado um marco dentro das atividades propostas pela nova gestão da Fundepes, que tem à frente o professor Gabriel Bádue como diretor-presidente. Há oito meses à frente da fundação, a gestão tem se pautado por encontrar alternativas e oferecido sua expertise a outras entidades além da Universidade Federal de Alagoas e do Instituto Federal Tecnológico, parceiros naturais por conta do regime jurídico.

Estiveram presentes ao evento representantes da Ufal, Ifal, Uneal, Uncisal, Secretaria de Ciência e Tecnologia, Fapeal, Estado, Município e iniciativa privada.

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